Universidade Federal de Pelotas
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CADASTRO DE PROJETO DE PESQUISA
 Dados do Projeto
Código: 5.04.01.018
Título do Projeto
Caracterização da produção de bovinos de corte, na região Sul do Rio Grande do Sul: interação dos animais com seres humanos bem-estar e suas conseqüências nas perdas de carcaça e carne desde a fazenda até o abate
Data de cadastro
01/04/2008
Unidade
Departamento
Objetivos
Avaliar a adeqüabilidade do manejo empregado nos sistemas criatórios existentes na produção de carne bovina de qualidade. Avaliar o temperamento animal e correlacioná-lo com a produtividade. Avaliar o processo produtivo da carne bovina, buscando subsídios para comprovação da relação bem-estar animal - produção. Auditar os setores que produzem, transportam e industrializam e comercializam o produto final. Quantificar as perdas de produção na região sul do RS. Fornecer embasamento científico para o incremento da competitividade na cadeia produtiva da carne na região sul do Estado do Rio Grande do Sul.
Subárea de conhecimento
5.04.01.00-2 (CNPq)
Grupo de Pesquisa do Coordenador
GECAP - Grupo de Estudo em Comportamento dos Animais de Produção
Prazo de execução
24 meses
Início
01/05/2008
Término
02/05/2010
Fonte financiadora
CAPES
Valor liberado
R$ 0,00
Coordenador do Projeto
SIAPE Nome E-mail HS
Isabella Dias Barbosa Silveira bardi@supersul.com.br 15
Colaboradores
Nome Instituição HS
Jerri Teixeira ZanussoUFPEL04
Mabel Mascarenhas WiegandUFPEL12
Sandra Vieira de MouraUFPEL06
Carlos Eduardo da Silva PedrosoUFPel05
Alunos envolvidos
Unidade Nome Curso HS
FAEMMônica Daiana de Paula PetersPPGZ4
FAEMConrado Ávila Agronomia10
FAEMAntônio OppitzAgronomia10
FAEMKarem Piraine MartinsAgronomia10
FAEMMarcio Dias MachadoAgronomia10
FAEMAna Paula Silveira TeixeiraAgronomia10
Envolve experimentação com modelos animais? NÃO - Registro no CEEA:
Envolve experimentos utilizando vírus, microorganismos patogênicos, ou organismos geneticamente modificados? NÃO
Possui Certificado de Qualidade em Biossegurança ou em processo de qualificação?



Resumo:

A globalização dos mercados, fato que vem ocorrendo desde a década de 90, acarretou em maior intercâmbio de produtos e informações. Com isto, os mercados consumidores, especialmente aqueles dos países desenvolvidos, tornaram-se cada vez mais exigentes, especialmente no que diz respeito à qualidade do produto final. Trabalhos associando bem-estar animal com qualidade de carne vem recebendo mais atenção da comunidade científica e de muitos consumidores também. Portanto, a valorização do produto carne bovina tende a levar em consideração as condições em que os animais são criados e ao manejo ao qual estão submetidos durante sua criação, condução para o abate e durante o abate. O Brasil é detentor do maior rebanho bovino comercial do mundo, atingindo o primeiro lugar nas exportações de carne. No País há cerca de 225 milhões de hectares, distribuídos em 2,20 milhões de propriedades, responsáveis por 7,2 milhões de empregos diretos (Euclides Filho, 2004). O rebanho nacional é formado por 170 milhões de cabeças, sendo a taxa anual de abate 22%. A produção de carne bovina no ano de 2003 foi superior a 7,5 milhões de toneladas, sendo exportados 1 milhão de toneladas, com um faturamento de aproximadamente 1,3 bilhões de dólares. Todavia apenas um pequeno percentual do total produzido tem qualidade competitiva no mercado internacional (Euclides Filho, 2004). O Estado do Rio Grande do Sul possui condições ambientais propícias ao desenvolvimento da bovinocultura de corte, com campos nativos capazes de suportar a exploração pecuária, com ganhos de peso satisfatórios durante a estação quente do ano. Os rebanhos são formados na sua maioria por animais “Bos taurus taurus”, e suas cruzas com “Bos taurus indicus”. A característica cultural dos seres humanos que lidam com o gado, entretanto, faz com que na maioria das vezes os animais sejam tratados de forma rude, sendo, freqüentemente maltratados. Conceitos de bem-estar e comportamento animal são, geralmente desconhecidos, não havendo a aplicação de práticas de manejo voltadas para o conforto animal. Devido a isto, as perdas na produção e produtividade dos animais podem ser significativas. Entretanto, dados sobre perdas na cadeia produtiva da carne, especialmente em conseqüência de mau manejo, são praticamente inexistentes, necessitando de estudos que caracterizem e quantifiquem as mesmas (Grandin, 1998, Paranhos da Costa, 2004). A biologia dos ruminantes, que nada mais é do que a capacidade dos animais manterem suas funções orgânicas em equilíbrio, sendo capazes de crescer e reproduzir normalmente, estando livre de doenças, injúrias e sem sinais de má nutrição, além de não apresentarem comportamentos e respostas fisiológicas anormais, bem como o estado psicológico do animal que é definido em função dos sentimentos e emoções dos animais, onde o medo, frustração e ansiedade, podem desencadear problemas de bem estar (Paranhos da Costa, 2004). Segundo Gregory (1998) bem-estar animal pode ser descrito como uma preocupação com o sofrimento animal e a satisfação animal, embora nem um nem outro possam ser medidos diretamente. Mas as conseqüências de diferentes causas de sofrimento e satisfação podem ser comparadas em vários sentidos, por exemplo, é mais estressante fisiologicamente para o cordeiro a descola com a faca do que com o anel de borracha. Na prática há quatro situações onde os humanos têm alguma responsabilidade com o sofrimento animal, que são: ignorância (não conhecimento do que fazer), inexperiência (conhecer o que fazer, mas não conhecer como fazer), incompetência (inabilidade para fazer) e desconsideração (não cuidar).